
As gangliosidoses GM2 são um grupo de doenças lisossômicas hereditárias raras causadas pelo acúmulo tóxico de gangliosídeo GM2 no sistema nervoso central. Essa acumulação resulta da deficiência das enzimas responsáveis pela degradação do GM2, levando a uma degeneração progressiva do tecido nervoso, o que causa comprometimento neurológico grave.
Essas doenças são causadas por mutações em três genes principais: HEXA (doença de Tay Sachs), HEXB (doença de Sandhoff) e GM2A (variante AB). A forma de herança é autossômica recessiva, exigindo que o indivíduo tenha herdado duas cópias mutadas, uma de cada genitor, para manifestar a doença.
Sintomas
Os sintomas variam dependendo do gene envolvido:
Doença de Tay-Sachs (HEXA):
- Início geralmente nos primeiros meses de vida
- Perda progressiva das habilidades motoras e cognitivas
- Convulsões
- Fraqueza muscular e dificuldade para se alimentar
- Mancha vermelha cereja (cherry red spot) na retina
- Perda visual progressiva
Doença de Sandhoff (HEXB):
- Sintomas semelhantes aos da Tay-Sachs
- Maior acometimento de demais órgãos, gerando sintomas como hepatoesplenomegalia
Variante AB (GM2A):
- Mais rara
- Idade de início e gravidade variáveis
- Sintomas neurológicos semelhantes às outras formas
Diagnóstico
O diagnóstico das gangliosidoses GM2 é feito pela combinação da avaliação clínica dos sintomas neurológicos progressivos, com exames laboratoriais que demonstram a deficiência enzimática. A confirmação definitiva é obtida por meio de testes genéticos que identificam mutações nos genes HEXA, HEXB ou GM2A.
Tratamento
Atualmente, não existe cura para as gangliosidoses GM2, e o tratamento é principalmente de suporte e paliativo, focado em aliviar os sintomas, controlar as complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Devido à complexidade da doença e ao comprometimento multissistêmico, o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar é fundamental para oferecer um cuidado integral e adaptado às necessidades individuais de cada paciente.